terça-feira, abril 25, 2006

Afinação e interpretação historicamante documentada

Durante as minhas pesquisas para a interpretação correta dos madrigais de Monteverdi, deparei com um problema que teria que solucionar antes mesmo de entregar as partes para cada cantor.
Quando se interpreta música anterior ao período clássico, temos que levar em conta o diapasão em que foi escrita a música, e se é música vocal, os resultados serão desastrosos se não levamos em conta esse fator.
Na europa pré-clássica existia uma confusão em torno do diapasão. Atualmente o diapasão utilizado é o do LÁ 440, mas, na época cada país utilizava um diferente. Na França o LÁ era um tom mais baixo, 390, enquanto na Itália era de 464. O que determinava essa variação era em qual diapasão seria construido um orgão de determinada igreja. Como os músicos eram acompanhados por eles, teriam que tocar no diapasão do orgão. Músicos vindos de outras cortes tinham que transportar as músicas se quizessem tocar.
Atualmente, por força de fazer uma programação variada, as orquestras com instrumentos de época tocam com o LÁ 415 para não terem que trocar de instrumento e seria muito dispendioso andar carregando vários orgãos durante uma turnê.
Além disso, na Itália da época de Monteverdi costumava-se escrever em claves altas, obrigando aos intérpretes a baixar uma 4ª. Se faço isso, meus contraltos não podem cantar por ficar demasiado baixo, e terei que colocar tenores nessas partes. se deixo como está , os sopranos terão que enfrentar notas bastante agudas, o que poderia ser desastroso se elas não souberam dar leveza ao cantar numa tecitura alta.
Buscando opinião de especialistas - se vc tem dúvidas de algo, pergunte a alguém que saiba mais que vc - me disseram que poderia deixar numa altura confortavel para todos para que o texto fosse compreensível.
Depois deixo uma bibliografia sobre afinação.